A maioria das empresas que começam sua jornada em diversidade e inclusão acabam se deparando com a seguinte pergunta: como estruturar um treinamento e de aprendizagem no tema?

Criar ações estruturantes de D&I não só ajuda a conscientizar os colaboradores sobre a importância de promover a igualdade de oportunidades, como a criar um maior senso de pertencimento e valorização de diferentes backgrounds e experiências de pessoas da empresa.

Esse tipo de treinamento pode incluir palestras, workshops, discussões em grupo e outras atividades que permitam aos colaboradores aprender sobre temas que transpassam a temática como racismo, preconceito, discriminação, diversidade cultural e outros temas relacionados.

Podemos dizer que, não existe uma fórmula perfeita a ser seguida, mas é possível listar algumas dicas — baseadas na metodologia da Blend Edu — que aplicamos nos nossos projetos. Confira!

Foto com quatro colaboradores da empresa Profarma para uma ação presencial de treinamento de diversidade e inclusão
Ação presencial com a Profarma/Julho de 2022

Dicas de como implementar um treinamento de diversidade e inclusão

Antes de tudo, o primeiro ponto que é de extrema importância é compreender que, para além do desenho dessa estratégia, a execução precisa ser contínua. Portanto, não é apenas uma única ação específica ou treinamento pontual que irá sanar a questão de um tema tão complexo e vasto como D&I.

Ou seja, a temática precisa ser parte da trilha educacional de diferentes colaboradores e colaboradoras.

A segunda dica é que é preciso compreender a forma de aprendizagem de pessoas adultas. Uma das metodologias usadas na Blend Edu é a “70/20/10“. Resumidamente, trata-se de um método de aprendizagem que une a prática com a teoria.

Ela funciona combinando o percentual de três maneiras diferentes de aprendizagem, sendo elas: o aprendizado com experiência própria, com outras pessoas e por fim, a capacitação formal que vem por meio de cursos e conteúdos mais estruturados. A divisão funciona da seguinte forma:

  • 70% do aprendizado vem a partir de experiências próprias e vivência profissional do cotidiano
  • 20% a partir de aprendizado informal e interações
  • 10% pelo aprendizado formal.

Dessa maneira, o conteúdo é aprendido de uma maneira mais dinâmica e interseccional, levando em conta a troca e a união de outras ferramentas para adquirir conhecimento, permitindo um melhor desempenho e consolidação dessas informações.

A terceira dica é se aproveitar cada vez mais dos conteúdos já estruturados, pensando em diferentes moldes e formatos, inclusive do digital. É interessante pensar nessas ações em modelos síncronos, com conteúdos em que todas as pessoas da empresa podem acessar ao mesmo tempo, interagir em tempo real e trocar entre si, ou conteúdos assíncronos.

Neste caso, pode funcionar muito bem para a pessoa assista antes de uma ação educacional ou para participar de uma trilha de onboarding, acompanhar um curso online, e até mesmo um conteúdo gravado que sempre que novos colaboradores entrarem vão ter acesso sob demanda.

Por fim, é necessário pensar em metodologias ativas, ou seja, colocar o time em contato com discussões e reflexões a partir de cases e situações do dia a dia, para que vejam a aplicação prática de como aquilo pode influenciar o ambiente de trabalho.

Além desses pontos citados, entender o perfil do público é parte fundamental de como implementar essa estratégia, dado que o mesmo conteúdo não será absorvido da mesma forma e tampouco terá a mesma efetividade em diferentes grupos.

Portanto, é necessário segmentar quais são os públicos mais estratégicos que é necessário trabalhar o tema de diversidade adaptando a metodologia, conteúdo, duração e formato.

Erros para evitar durante a implementação das ações

Implementar um treinamento de diversidade pode ser uma estratégia muito eficaz para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo. No entanto, é importante estar atento a alguns erros comuns que podem comprometer o sucesso dessa iniciativa. A seguir, listamos alguns dos principais pontos de atenção durante a implementação de um treinamento:

Não definir objetivos claros: um dos erros mais comuns na implementação de um treinamento de diversidade é não definir objetivos claros para a iniciativa. É importante estabelecer metas específicas e mensuráveis, para que seja possível avaliar o sucesso do treinamento. Isso também ajuda a manter o foco nos resultados esperados e a garantir que os esforços sejam direcionados de maneira adequada.

Não envolver a liderança da empresa: para que um treinamento de diversidade seja bem-sucedido, é essencial envolver a liderança da empresa na iniciativa. A alta gerência deve ser responsável por definir os objetivos e metas do treinamento, além de participar ativamente das atividades. Se a liderança não estiver engajada, o treinamento pode não ser levado a sério pelos demais colaboradores.

Focar apenas em treinamentos genéricos: outro erro comum é focar apenas em treinamentos genéricos, sem levar em conta as particularidades da empresa e de seus colaboradores. É importante customizar o treinamento de acordo com as necessidades específicas da organização, para que ele seja mais eficaz. Além disso, é fundamental considerar a diversidade existente na empresa, para que o treinamento seja inclusivo e respeitoso.

Não oferecer suporte contínuo: um treinamento de diversidade não deve ser uma iniciativa pontual, mas sim um processo contínuo. É importante oferecer suporte contínuo aos colaboradores, por meio de workshops, palestras e outras atividades, para que eles possam continuar aprendendo e se desenvolvendo nessa área. Além disso, é fundamental garantir que haja canais de comunicação abertos para que os colaboradores possam compartilhar suas experiências e dúvidas.

Não medir os resultados: por fim, um erro comum é não medir os resultados do treinamento de diversidade. É importante avaliar o impacto do treinamento, para que seja possível fazer ajustes e melhorias no processo. Isso também ajuda a garantir que a iniciativa esteja alinhada com os objetivos estratégicos da empresa e que esteja trazendo benefícios concretos para os colaboradores e para a organização como um todo.

Em resumo, é fundamental definir objetivos claros, envolver a liderança, customizar o treinamento, oferecer suporte contínuo e medir os resultados para garantir que a iniciativa traga benefícios concretos para a empresa e seus colaboradores.

Como medir o resultado do projeto de treinamento de diversidade?

Implementar um projeto de treinamento de diversidade é apenas o primeiro passo pra começar a promover mudanças estruturantes dentro da organização. No entanto, para garantir o sucesso do projeto, é fundamental medir seus resultados e avaliar seu impacto no dia a dia da empresa. Confira algumas maneiras de medir o resultado desse projeto.

Avaliação de reação: essa é uma das formas mais comuns de medir o resultado do projeto de treinamento de diversidade. Ela permite avaliar a satisfação dos participantes com o treinamento, bem como identificar pontos fortes e fracos da iniciativa. A avaliação pode ser feita por meio de questionários, entrevistas ou grupos de discussão, por exemplo.

Avaliação de aprendizagem: este método permite verificar se os participantes entenderam o conteúdo apresentado no treinamento e se estão aplicando o conhecimento adquirido no dia a dia. Essa avaliação pode ser feita por meio de testes, avaliações de desempenho ou projetos práticos, por exemplo.

Avaliação de comportamento: esta é a forma mais abrangente de medir o resultado do projeto de treinamento de diversidade. Ela permite verificar se os participantes estão efetivamente aplicando o conhecimento adquirido no treinamento no dia a dia da empresa. A avaliação pode ser feita por meio de observação direta, feedback de colegas ou supervisores ou por meio de pesquisas de clima organizacional.

Indicadores de desempenho: eles permitem verificar se o treinamento está impactando positivamente a empresa, por meio de indicadores quantitativos ou qualitativos. Por exemplo, é possível medir o aumento da diversidade na empresa, o número de promoções de colaboradores de diferentes perfis, ou a redução de casos de discriminação.

Feedback contínuo: por fim, é importante oferecer feedback contínuo aos participantes do treinamento, para que possam saber como estão progredindo e quais as áreas em que precisam melhorar. Isso pode ser feito por meio de conversas individuais, grupos de discussão ou avaliações periódicas. Além disso, é importante manter canais de comunicação abertos para que os colaboradores possam compartilhar suas experiências e dúvidas.

Em resumo, medir o resultado do projeto de treinamento de diversidade é fundamental para avaliar seu impacto na organização e garantir seu sucesso. É possível fazer isso por meio de avaliações de reação, aprendizagem e comportamento, indicadores de desempenho e feedback contínuo. Ao medir os resultados do projeto de treinamento de diversidade, é possível identificar pontos fortes e fracos da iniciativa e fazer ajustes para que ela traga benefícios concretos para a empresa e seus colaboradores.