Em 2019, o STF aprofundou o debate da criminalização da homofobia – entenda mais sobre essa notícia aqui. Ao fazermos um comparativo global, o Brasil já apresenta importantes avanços e leis que protegem a comunidade LGBTI, como podemos ver no “Mapa de Leis Sobre Orientação Sexual no Mundo” (Sexual Orientation Laws in the world) criado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (IGLA) em 2017.

Porém, quando nos deparamos com a realidade, percebemos que ainda existe gigante um abismo entre a teoria (legislação) e a prática. O Relatório Mundial da Transgender Europe mostra que, de 325 assassinatos de transgêneros registrados em 71 países nos anos de 2016 e 2017, um total de 52% ocorreram no Brasil. O preconceito contra LGBTIs é ainda muito presente, além de ser um tema tabu nas mesas de discussões em ambientes tradicionalmente mais fechados.

Por entender a importância mudar essa realidade, discutindo os direitos LGBTIs dentro das organizações e implementando ações efetivas, o número de grandes empresas engajadas neste tema tem sido crescente.

A Blend Edu entende que a empresa que ainda não pensa na diversidade como vantagem competitiva está ficando defasada dada esta grande tendência de mercado, deixando de aproveitar os diversos benefícios e ganhos em produtividade, engajamento, inovação e lucratividade. Por isso, fizemos uma curadoria de diretrizes contidas em diversos materiais de referência (diversos materiais da ONU, Instituto Ethos, Out & Equal e Human Rights Campaign) e criamos uma lista criamos com 5 dicas para que você consiga desenvolver um ambiente mais inclusivo na sua empresa.

1. Crie bases para a mudança: levante dados, mostre o apoio institucional e promova um ambiente que garanta o respeito, o suporte e a igualdade de oportunidades

  • Seja data-driven. Sabe aquela história de “o que não é medido não é gerenciado”? Várias áreas de RH estão criando projetos de people analytics e trabalhando com dados de forma estratégica. Com diversidade não é diferente. Realizar um censo de diversidade e inserir o tema de orientação sexual e identidade de gênero nas pesquisas internas (clima, engajamento, etc.), contribuem para construir o business case e trabalhar para que a inclusão se torne cada vez mais gradativa e natural a empresa.
  • Implemente políticas de tolerância zero com o preconceito. Crie políticas e diretrizes para garantir um ambiente seguro, saudável e inclusivo, bem como canais de denúncia e/ou Ouvidoria para tratar eventuais desvios. Um ambiente mais justo gera pessoas mais felizes e satisfeitas, o que resulta no aumento de produtividade e reduz o turn over da empresa.
  • Crie infraestrutura, benefícios e dê abertura para as pessoas serem quem elas são. O Banco do Brasil, por exemplo, foi um dos primeiros bancos a permitir que funcionários trans utilizassem seu nome social. Diversas empresas já oferecem benefícios para casais homoafetivos, como a Souza Cruz que concedeu licença maternidade para um funcionário que adotou uma criança com seu marido. Já a Starbucks incluiu a transição de gênero no plano de saúde da empresa.

2. Construa uma base de aliados: Busque o apoio da alta liderança e estimule a criação de grupos de diversidade

  • A cultura é pela desenhada pelo exemplo da alta liderança. Nesse sentido, é fundamental engajá-los com o tema diversidade. Incluir o compromisso com a igualdade de oportunidades e tratamento justo às pessoas LGBTIs no diálogo, capacitação, acompanhamento e avaliação de desempenho de lideranças.
  • Construa grupos, comitês e/ou comunidades que possam contribuir e liderar ações de diversidade. A grande tendência da atualidade está na criação de redes e grupos (ou squads) que funcionem de forma horizontal e empodere seus colaboradores.  A 3M, um dos clientes no portfólio da Blend Edu, criou comitê de diversidade e inclusão como forma de pensar e construir ações efetivas, o que também deu origem à grupos de afinidade, com empregados engajados no tema.  Essa é uma forma de conseguir o comprometimento genuíno das pessoas que dão vida à empresa – dos seus colaboradores até a presidência e executivos.

3. Representatividade importa: dê um “lugar à mesa” e ofereça oportunidades de desenvolvimento de carreira para LGBTIs

  • Busque ativamente estes profissionais e garanta um recrutamento sem vieses. De nada adianta falar sobre diversidade, sem que isso esteja refletido nos números e no perfil das pessoas que compõem a empresa em todos os níveis. Por isso, crie um employer branding inclusivo, estabeleça metas e compartilhe seus objetivos com os recrutadores para garantir que o short list das vagas possuem múltiplos perfis. Contratar profissionais LGBTIs, valorizando a suas competências e habilidades, ajuda na construção de um ambiente mais inclusivo. O Nubank, por exemplo, já testou um modelo de “recrutamento às cegas“. Outra estratégia que tem ganhado força é a implementação de treinamentos de viés inconsciente para gestores e profissionais de RH (solução oferecida pela Blend Edu).
  • Ofereça ações de desenvolvimento (mentoring, coaching, treinamentos, job rotation, etc.) para o público interno e externo. Quando abertas, ações deste tipo podem ser uma ótima estratégia de atração e criação de pipeline de candidatos, como o exemplo da ThoughtWorks que sediou o “Juntos na TI”, voltado para pessoas trans.
  • Dê perspectiva de carreira no longo prazo. Sempre que possível, busque os role models (exemplos positivos) dentro da organização, mostrando que existem líderes que falam abertamente sobre sua orientação sexual e/ou identidade de gênero. Simbolicamente, esta é uma ação importante para a cultura organizacional.

4. Conquiste corações e mentes: invista em ações de sensibilização e educação

  • Diversidade é a mistura, inclusão é fazer a mistura funcionar. Não adianta trazer pessoas de perfis diversos, se os demais colaboradores e gestores não estiverem abertos a receber e incluir estas pessoas na empresa. Insira o tema de orientação sexual e identidade de gênero na agenda de atividades educacionais direta e indiretamente. A Blend Edu acredita no poder que vivências podem ter para fazer as pessoas sentirem e exercitarem a empatia, aliada às informações mais estruturadas (palestras, workshops, cursos) para permitir que todos e todas tenham dados e ferramentas para aplicar o conhecimento na prática.
  • Faça uma comunicação inclusiva. Promova o respeito aos direitos LGBTI na comunicação e marketing interno e externo da sua organização, incluindo-os no planejamento de produtos, serviços e atendimento aos clientes. Isso também aumenta as chances de conexão com os consumidores da comunidade LGBTI, que movimentam cerca de R$ 420 bilhões só no Brasil.

5. Vá além dos “muros” da sua empresa:

  • Compartilhe o seu compromisso público com o tema: Compartilhe com a sociedade e outras empresas o seu compromisso com o tema. Mas tome cuidado com o “diversity washing” (termo inspirado na expressão “green washing“) e jamais venda uma imagem que você ainda não consegue sustentar com dados, fatos e resultados.
  • Influencie outros stakeholders: Construa diretrizes para fornecedores, terceiros e demais integrantes da sua cadeira de valor, promovendo o desenvolvimento econômico e social das pessoas LGBTIs.
  • Apoie ações sociais, projetos e movimentos em prol dos direitos LGBTI na comunidade: O Uber, por exemplo, apoia paradas LGBTIs pelo Brasil como forma de reforçar seu posicionamento no tema.

Mas a gente sabe que, nem sempre, santo de casa faz milagre”!

O movimento das empresas para promoção da inclusão LGBTI não é um caminho fácil, mas também não é impossível. Requer a elaboração, capacitação, operacionalização e acompanhamento de diversos setores dentro da empresa, para que ela esteja alinhada em torno de um objetivo comum.

Que tal contar com a Blend Edu nesse desafio?

A Blend Edu pode te ajudar nesse processo através de ações educacionais, capacitações e treinamentos inovadores com foco em empatia, diversidade e inclusão. Entre em contato com a Blend mandando um e-mail para contato@blend-edu.com.