Esse artigo foi elaborado para destacar os principais pontos sobre o tema Diversidade e Inclusão apresentados durante o evento Kenoby Talks, o maior evento da área de Recrutamento e Seleção do Brasil. Abaixo, mostramos os highlights da palestra “10 dicas práticas para Inclusão e Diversidade”, com falas de Maite Schneider, da Transempregos.


Imagem de capa da palestra de Maite Schneider no evento Kenoby Talks.

Os principais pontos que precisamos estar atentos na cultura de Diversidade e Inclusão dentro das empresas

  1. As pessoas geralmente acham que falar sobre diversidade é falar do outro e não sobre si mesmo. Mas, na verdade, nós somos a própria diversidade, somos todos diferentes.
  2. Os grupos de afinidade funcionam como uma forma de identificação, mas é preciso que as pautas saiam desses grupos e permeiem as empresas. Diversidade só funciona quando ela está presente em todas as áreas, no dna da empresa. Então, se você tem na sua empresa grupos de afinidade, pergunte o porquê você tem esse grupo e se esses grupos e os colaboradores interagem. 
  3. Diversidade e Inclusão não precisa ser feito necessariamente somente através da empregabilidade. Falar sobre D&I pode começar de várias maneiras, inclusive criando um ambiente mais inclusivo e receptivo dentro da empresa antes de começar a olhar para os processos de contratação.
  4. Um problema que a gente precisa estar atento é o Diversity Washing, termo criado para representar empresas que realizam ações de diversidade de forma propagandista, para fins de reafirmar uma imagem externa, sem se aprofundar e sem abordar de forma ampla essa temática dentro da empresa.
  5. Muitas empresas querem seguir um caminho de falar no “Pink Money”, por exemplo, que é o dinheiro que a população LGBTI+ movimenta. Entender só a questão dos números, do lucro, da inovação, pode ser um caminho complicado porque deixa de ser um processo humano e passa ser somente sobre o dinheiro. É preciso transmitir a mensagem que Diversidade e Inclusão é o único caminho possível.
  6. Não deixar de falar nunca de interseccionalidade. Afinal, ninguém é uma pessoa só. Isso tem a ver com mais uma crítica aos grupos de afinidades que não são muito bem estruturados, porque eles segregam as pautas, criando as chamadas “zonas sombras”, onde algumas questões não são colocadas porque são comuns a mais de um grupo e acabam não sendo tratadas em nenhum.
  7. Uma das coisas que eu faço é ensinar gente a não ter medo de gente. A única coisa que o ser humano faz melhor que qualquer máquina é o erro, então é preciso não ter medo de errar. É no erro que efeitos são produzidos e podem ser potências. Então, é preciso saber lidar com gente, sem se fechar e conhecê-las como um universo potente de coisas. 
  8. As contratações ainda são extremamente higienistas. Por exemplo, no Transempregos nós recebemos demanda de pessoas trans mas “que não pareçam tão trans” ou negras “mas um pouco mais claras” ou mesmo pessoas com deficiência “mas não tanto”.
  9. Todo mundo pensa que Diversidade e Inclusão é um pacote único, mas se você promoveu diversidade e não adaptou a sua cultura e o ambiente para realmente incluir essas pessoas, elas vão sair da sua empresa. É preciso preparar o caminho para que a sua empresa seja inclusiva e deixar a diversidade chegar lá dentro.
  10. Quando as empresas, de fato, deixarem de enxergar as pessoas como “mais uma” e realmente olharem para cada uma delas, o caminho vai ser mais fácil.