O estudo Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial, aponta que cerca de 65% das crianças entrando no primário hoje estarão trabalhando em uma função completamente nova no futuro, que não existe atualmente. Em muitas indústrias e países, algumas das principais ocupações ou especialidades de hoje não existiam há 10 anos, ou mesmo há cinco anos. 

O mundo VUCA faz com que as pessoas precisem aprender mais e mais rápido do que antes. Nesse sentido, a troca de conhecimento e um conceito chamado aprendizagem social (social learning) emergem como um elemento crucial para o alto desempenho e a inovação. Mas, afinal, o que é aprendizagem social? Quais são as ferramentas de aprendizagem social que você pode (e deve) aplicar na sua empresa? Como ela pode ser aplicada na sua estratégia de diversidade?

O contexto de mudança demanda uma aprendizagem acelerada

Aprender a fazer fogo, a caçar e a plantar. Desde a pré-história, a educação fez parte de um processo natural de luta pela sobrevivência. A aprendizagem consistia em ganhar experiência, conhecimento e habilidades para que indivíduos e grupos pudessem lidar com seu entorno. E, segundo a teoria evolucionista de Charles Darwin, sobreviveram aqueles que aprenderam a colaborar e se adaptaram melhor. 

Nesse sentido, o processo de transmissão de conhecimento se baseou em trocas sociais. Pessoas aprendendo de outras pessoas e de suas vivências, basicamente. 

Atualmente, muito se discute sobre quais as melhores formas individuais para absorção de conhecimento. Pesquisas separam o aprendizado em três tipos: visual, auditivo e cinestésico. Você já parou pra pensar qual o seu modo de aprender preferido? 

O psiquiatra William Glasser acreditava que, assim como toda escolha do comportamento humano, a escolha pelo estudo é motivada para que satisfaça pelo menos uma das cinco necessidades básicas: sobrevivência, pertencimento ao grupo, liberdade, poder e diversão. Dentre essas necessidades, a maior delas é o pertencimento, que se agrupa aos sentimentos de amor e amizade.

Para sistematizar suas pesquisas, William criou uma pirâmide para apontar quais as práticas mais eficazes. Nesta, ele traz como verdadeiro diferencial o ato de ensinar. O ideal é criar contextos para que os alunos possam ensinar uns aos outros e promover experimentações, colocando a teoria na prática de outra maneira: repassando aprendizado.

A imagem mostra a pirâmide da Aprendizagem Social, William Glasser.

Independentemente do meio utilizado para adquirir algum conteúdo, a aprendizagem não se restringe a um tipo específico de contexto ou ferramenta. Hoje, por exemplo, aprendemos diariamente simplesmente usando ferramentas de mídia social como o Facebook, Twitter ou o LinkedIn.

Aprendizagem Social: uma das tendências na educação

O contexto da 4a revolução industrial faz com que as nossas relações interpessoais estão se reinventando, os modelos de educação pedindo novos olhares, a economia ganhando novos formatos e o mercado de trabalho descobrindo novas frentes todos os dias.

Não é por acaso que novas metodologias vêm ganhando força dentro da educação. Alguns exemplos são:

  • flipped classroom (sala de aula invertida);
  • gamification (gamificação) ;
  • project/problem based learning (aprendizagem baseada na resolução de problemas e/ou projetos);
  • blended learning (aprendizagem híbrida);
  • self-service learning (aprendizagem autodirigida);
  • adaptative learning (aprendizagem adaptativa);
  • social learning (aprendizagem social);

Inclusive, a Blend Edu publicou um texto sobre “O impacto das tendências de educação na gestão da diversidade”, falando sobre como a educação contemporânea está se transformando.

Como vimos acima, uma destas tendências é a aprendizagem social (social learning). Mas, afinal, de onde veio este conceito?

A origem da Aprendizagem Social (Social Learning)

A Teoria da Aprendizagem Social, também conhecida como Teoria Social Cognitiva, traduz-se na capacidade de aprender por meio de um comportamento observado. Este tipo de aprendizagem, proposta pelo psicólogo canadense Albert Bandura, se diferencia de outros por ter como premissa que todo o processo pode ocorrer por meio da aprendizagem observacional (modelagem) ou também da ativa (experiência direta).

Segundo Bandura, a Teoria da Aprendizagem Social adota a perspectiva do auto desenvolvimento, adaptação e mudança, em que as pessoas são auto organizadas, proativas, autorreguladas e auto reflexivas. Ela tem sido útil para explicar como as pessoas podem aprender coisas novas e desenvolver novos comportamentos através da observação de outras pessoas.

De uma forma bem simples, o foco da aprendizagem social é no que acontece entre as pessoas e suas redes de relacionamento. A troca de conhecimento. O compartilhar de ideias. A disposição para dar e receber. O interesse pela conexão.

Com o passar do tempo, a base dessa teoria foi utilizada e adaptada para diferentes contextos, como no mundo corporativo. Os desafios de desenvolvimento pessoal nas organizações foi acentuado (mas também facilitado) com a chegada do digital e são muitas as oportunidades a serem exploradas. 

Formas e ferramentas de aprendizagem social (social learning)

Adquirimos conhecimentos durante atividades formais e informais, bem como em abordagens online ou offline como discussões em grupo, interações em conferências ou até mesmo durante uma conversa de café – todas atividades sociais, em que interagimos com outras pessoas. Essas ações, portanto, podem ser consideradas de aprendizagem social (ou social learning).

De acordo com o Pocket Learning sobre Social Learning, para criar um ambiente aberto e colaborativo de aprendizagem social, existem algumas ferramentas digitais disponíveis (abaixo estão alguns dos exemplos):

  • Redes sociais que possuem funcionalidades que permitem o registro do perfil dos usuários e a construção de relacionamentos. Claro que tais redes também são aplicadas corporativamente como no caso do Workplace (facebook) e Yammer.
  • Sites que permitem compartilhar arquivos, vídeos e fotos entre pessoas, tais como Youtube, Slide Share e Pinterest.
  • Bookmarking que permite organizar conteúdos de pesquisa e assuntos de interesse, como a área de Strategic Intelligence do Fórum Econômico Mundial.
  • Blogs: site de pessoas que escrevem para informar, dar opinião,fazer comentários sobre temas de interesse
  • Microblogs que permite que os usuários enviem, recebam e compartilhem mensagens das pessoas que acompanham os conteúdos, como é o caso do Twitter.
  • Ferramentas de comunicação que conectam pessoas e estabelecem comunicação imediata e em tempo real, tais como Zoom, Webex, BlueJeans, Skype.

Como aplicar a aprendizagem social (social learning) na sua empresa?

Para estimular uma cultura de aprendizagem e troca, as empresas devem utilizar e oferecer ferramentas efetivas, bem como disponibilizar conteúdos relevantes às demandas de trabalho dos seus colaboradores. 

A aprendizagem social não é um bicho de sete cabeças. Para fomentar um ambiente propício a ela, é preciso, em geral de 3 passos, de acordo com o Pocket Learning :

  1. Oferecer aprendizagem formal: ações de desenvolvimento para estimular habilidades. Programas estruturados de coaching e mentoring são algumas das ferramenta efetivas para a criação de um ambiente de aprendizagem social, por exemplo. O Instituto Joule, parceiro da Blend Edu, oferece mentoria para jovens em início de carreira e de baixa renda. Vários destes programas são realizados em parceria com organizações que querem desenvolver uma liderança inclusiva, pois os mentores praticam a empatia e entram em uma realidade completamente diferente da sua para orientar os profissionais. Outro exemplo inovador é a empresa Top2You, que uma HR Tech (assim como a Blend Edu) que oferece uma rede de mentores que pode ser disponibilizada para líderes e colaboradores.
  2. Formar grupos de aprendizagem: projetos e iniciativas que estimulem a troca entre pessoas. Isto pode acontecer tanto com redes internas, tais como grupos de afinidade / diversidade para colaboradores, bem como redes externas como a Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero e a Diversidade SA.
  3. Estimular a aprendizagem informal: fomentar a transferência contínua de conhecimento e conceitos, conectando pessoas da organização informalmente.

Leia mais sobre como iniciar um grupo de afinidade neste artigo do nosso blog!  

Disseminar essa cultura social e colaborativa contribui para o desenvolvimento de novas competências socioemocionais nas equipes:

  1. Diálogo: incentive seus colaboradores a conversarem entre si sobre os treinamentos feitos e faça uso de ferramentas que permitam que as redes de relacionamento aumentem ainda mais.
  2. Protagonismo: ajude os outros a encontrar suas próprias soluções com o apoio do grupo e forneça espaços que potencializam habilidades como liderança e tomada de decisão.
  3. Autonomia: crie ambientes vulneráveis e de confiança para que as pessoas sintam-se confortáveis para buscar o autodesenvolvimento, determinando “o que” fazer e não só “o como” fazer.

Essa abordagem integrada de aprendizagem é essencial para que organizações ganhem maior capacidade de adaptação, fortaleçam seus times e vivenciem espaços mais coesos e estratégicos por meio de pessoas mais engajadas e preparadas. Assim, será possível alavancar o potencial de transformação organizacional, alcançar os resultados desejados e contribuir para criar empresas cada vez mais humanizadas

Como avaliar se a estratégia de aprendizagem social será bem sucedida?

No site Explorable, existe um texto (originalmente em inglês) que como podemos verificar se o aprendizado social será bem sucedido ou não. Abaixo fizemos uma tradução adaptada dos pontos citados:

  • Etapa 1: Atenção

A Teoria da Aprendizagem Cognitiva afirma que é necessário prestar atenção para aprender. Se um indivíduo deseja aprender a partir de um modelo de comportamento (a partir de uma pessoa que o demonstra), então torna-se necessário eliminar qualquer elemento de distração capaz de prejudicar a plena concentração no comportamento. Além disso, quanto mais interessante o modelo observado, maiores as chances do indivíduo prestar mais atenção e, portanto, aprender mais.

  • Etapa 2: Retenção

É fundamental que ocorra a efetiva retenção do novo comportamento. Sem a retenção, o aprendizado sobre o comportamento não estará estabelecido, e pode ser necessário retornar à observação do modelo novamente uma vez que o indivíduo não registrou suficientemente a informação sobre o comportamento.

  • Etapa 3: Reprodução

Quando um indivíduo obtém êxito ao prestar atenção e reter informações relevantes, torna-se então necessário demonstrar este comportamento. Isso significa praticar o comportamento aprendido de forma repetida para aprimorá-lo.

  • Etapa 4: Motivação

Sentir motivação para repetir um comportamento é um fator fundamental para qualquer indivíduo. Além do “saber fazer” é o “querer fazer”. Nesta etapa que entram questões como recompensas e penalizações. O indivíduo deve ser reconhecido/recompensado quando realiza um comportamento adequadamente, e ser avisado/penalizado quando o faz de forma inadequada.

Aplicando a aprendizagem social na sua estratégia de diversidade

A Blend Edu acompanha constantemente o que há de mais inovador nas metodologias e ferramentas educacionais.  Apostamos no social learning e no conceito de rede e colaboração entre pessoas engajadas em aprender, e com o mesmo propósito. 

Além disso, entendemos que o digital é uma realidade sem volta e pode abrir novos caminhos para a aprendizagem, troca e compartilhamento. Por isso, recentemente lançamos um novo produto chamado Diversidade SA, a primeira comunidade virtual de aprendizagem do mercado com foco em diversidade. 

Utilizamos o poder da tecnologia para construir conexões, compartilhar informações e possibilitar a formação de uma comunidade comprometida com diversidade e inclusão, e com alto poder de transformação.

Além de Master Classes transmitidas ao vivo e cursos online on demand, a plataforma conta com 2 outras funcionalidades incríveis para potencializar a aprendizagem social entre os usuários (líderes de diversidade, membros dos grupos de afinidade e embaixadores de diversidade das empresas participantes da comunidade):

  • Rede social: Um feed de posts, discussões e troca entre as pessoas da plataforma, de diferentes empresas. Nela, você pode publicar perguntas, compartilhar estudos, lançar pesquisas e discutir ideias sobre seu programa de D&I.
  • Adicionar e seguir pessoas: Além de postar no feed e participar de grupos de discussão, você também pode adicionar e seguir pessoas dentro da plataforma, além de mandar mensagens privadas (inbox).
  • Biblioteca de curadoria de conteúdos: Uma ferramenta de bookmark (assim como explicado acima), onde reunimos os melhores conteúdos de diversidade disponíveis. Segmentamos os materiais de acordo com os formatos (guias, manuais, vídeos, podcasts, etc.) e com os recortes de diversidade (gênero, raça, deficiência, LGBTI, geração, etc.), totalizando mais de 290 materiais de referência.

Sua empresa pode fazer adesão à comunidade assinando um plano para 1, 5, 20 ou 40 usuários. Com isso, a equipe de diversidade poderá acompanhar os melhores conteúdos e interagir com os usuários de diferentes organizações, investindo em uma estratégia de social learning (aprendizagem social) e  lifelong learning (aprendizagem contínua).

Solicite uma demo ou saiba mais, acessando o link: www.diversidade-sa.com